O koan é uma maneira utilizada desde a antiguidade pelos mestres orientais para transmitir seus ensinamentos aos seus discípulos, visando abrir os olhos do indivíduo à sua própria consciência. Um dos primeiros koans de que se tem conhecimento nos indaga “Qual a imagem do seu rosto antes de nascer?” “Você consegue vê-la?”. Essa indagação se propõe a exercitar a mente, a buscar a resposta. Ao aceitar o koan, passamos a questionar tudo o que até então aceitáramos como impossibilidade lógica, como verdade absoluta, e passamos a compreender que a maneira pela qual enxergamos as coisas ao nosso redor nem sempre é correta ou única.

O koan força o indivíduo a assumir uma atitude inquisitória até praticamente chegar à beira de um precipício mental. Propõe colocar a mente em um estado de total esforço até encontrar a resposta. Ao abandonar a racionalidade, transformamos-nos na própria questão, tornando-nos capazes de ver a nítida imagem da “face original”.

Em outro koan, o mestre mostra uma só das mãos e propõe aos seus discípulos que escutem o ruído produzido. Analogamente, a lógica só nos permite ouvir o som quando batemos as duas mãos, uma na outra. Como seria possível ouvir algum som provindo de uma só mão?

Mais uma vez, o objetivo é contrapor a racionalidade, construída nas bases da lógica e do cientificismo. Tal desmoronamento é o primeiro passo em direção à construção de uma nova ordem mental.

O koan é apenas um ponto de partida, que nos fornece o impulso inicial a caminho da conscientização. Seja a partir de uma imagem ou de um som, a finalidade é a mesma. Abrir a mente e nela encontrar verdadeiros tesouros.

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